Será que precisamos de tantas teorias e saberes para sermos bons pais?

Somos tomados por teorias e técnicas que nos dizem como devemos agir para sermos bons pais. Um número imenso de coisas que precisamos fazer com a promessa de que só assim criaremos uma criança saudável emocionante. Mas será que é isso mesmo?

Há algo que é transmitido culturalmente de geração em geração. A forma de gestar, parir e cuidar de um bebê difere de uma cultura para a outra. Não podemos dizer que uma maneira é melhor ou pior, são apenas modos diferentes de cuidar. Algo desse cuidado era transmitido de forma muito natural aos filhos mais velhos, primos, vizinhos e etc.

Atualmente, vivemos muito isolados em nosso pequeno núcleo familiar e assolados por inúmeras demandas do dia a dia, como o trabalho, estudo e diversos outros afazeres.

Muitas novas famílias, quando decidem ter um bebê, podem não ter sequer segurado um recém-nascido antes e farão isso pela primeira vez com seu próprio filho.

Isso pode gerar uma insegurança nesses novos pais, o que pode fazer com que eles busquem especialistas que os “ensinem” o que deve ser feito.

Não quero aqui, de modo algum, invalidar esse processo de conhecimento. Até porque eu mesma acho importante a informação acerca do que estar por vir com essa nova formulação familiar. O que quero pontuar é a importância de cada um criar sua forma própria de maternar e paternar, a partir daquilo que é possível.

Nesse processo único e particular, não há nada a ser ensinado em cursos nem teorias. Podemos sim, nos informarmos sobre os processos relacionados a chegada de um filho. Mas é importante se conectar aquele bebê único e construir uma relação só sua com seu filho. Sem regras prévias, sem deveres, sem alguém dizendo o que deve ou não ser feito.

Cada um terá o seu processo e no encontro com aquele pequeno ser tornar-se mãe e pai. Abrir-se a experimentação, a observação, a intuição. Tentando interpretar os gestos, o choro e o riso. Oferecendo palavras as diversas manifestações do bebê, num movimento único e particular.

Percebendo o que se aplica e o que não se aplica a sua realidade. O que é possível e o que não é. A partir da sua experiência, da relação que está sendo construída, sem tentar enquadrar-se no que nos é dito como sendo o melhor.

Isso é o mais essencial. A conexão e o olhar para aquele bebê único. A partir daquilo que ele te provoca e convoca.

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