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…e eu sou psicóloga. Decidi começar minha apresentação assim porque a psicologia, para mim, não é só uma profissão. É por onde caminha meu desejo.
Sou apaixonada por livros e adoro aprender coisas novas. Tenho duas filhas, Gabriela e Manuela, e posso dizer que sou uma mulher transformada pela maternidade.
Conclui minha graduação em 2008, pela Universidade Federal Fluminense. Trabalhei, por muitos anos, na rede de saúde mental dos municípios de Niterói e Rio de Janeiro.
-Registro da minha formatura
Durante esse tempo, passei por diversos serviços de saúde mental, como Caps, ambulatório, enfermarias, emergências psiquiátricas e etc. Atendi um número infinito de pessoas que buscavam auxílio para tratar sua dor. Foi nesse percurso que me encontrei com gestantes, puérperas, mães, pais e famílias que apresentavam demanda e sofrimento diverso. Acompanhei gestantes e puérperas com quadros depressivos graves, transtornos ansiosos, psicose puerperal e uso/abuso de álcool e outras drogas. Apesar das inúmeras dificuldades e do grande desafio, eu amava trabalhar no SUS. Por muitos anos, ali foi o meu lugar.
-Gestante
Como sempre tive fome de saber, durante esse período, conclui duas pós-graduações e defendi o mestrado grávida de 38 semanas. E foi aí, durante a gravidez, que aconteceu uma reviravolta na minha vida.
Na gestação, comecei a ler e estudar sobre humanização do parto. Fui me encantando com esse novo mundo e o meu trabalho foi perdendo o sentido. Após o nascimento da minha filha passei por um puerpério muito delicado. Tive o tão temido “baby blues”. Um turbilhão de emoções tomou conta de mim. A base de muito choro e riso, fui construindo minha maternidade e me vinculando aquele pequeno ser.
Não foi um percurso fácil, nem sem dor. Tive muitas dificuldades no período inicial da amamentação e encontrei muito pouco apoio dos profissionais que busquei. Senti-me muito só, desamparada, como muitas mulheres se sentem nesse momento. Foi no encontro com minha própria dor que tive certeza que eu queria trabalhar com famílias durante o ciclo gravídico puerperal e oferece todo o apoio, suporte e acolhimento que eu não recebi no meu primeiro puerpério.
Após a licença maternidade, pedi demissão do emprego e comecei a estudar sobre perinatalidade e parentalidade. Fiz diversos cursos na área para me capacitar e oferecer atendimento qualificado às mulheres que tentavam engravidar, gestantes, puérperas, mães, pais, casais e famílias. Me formei educadora perinatal e consultora em aleitamento materno, o que acredito que deu base para uma compreensão ainda maior sobre o ciclo gravídico puerperal.
No meio dessa nova estrada, tive minha segunda filha e tudo foi diferente. Já havia construído minha rede de apoio e logo me engajei num grupo de pós-parto. Ah, os grupos… Não foi à toa que eles viraram minha paixão. Quanta potência tem esses encontros.
Aos poucos, comecei a atuar como psicóloga perinatal e parental e tive certeza de que era isso que eu queria fazer: auxiliar mulheres na construção de uma maternidade mais leve e consciente, sem deixar de lado sua essência.
-Workshop “Coisas que ninguém te conta”, em parceria com a pediatra Fabiane Durão.
Bom, agora que já contei minha história e você já me conhece um pouquinho, saiba que se você precisar de ajuda pode contar comigo.
Até!
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